BEN FALA SOBRE INFLUÊNCIAS, NOVOS SONS E NOVO ÁLBUM


Menos de dois meses depois de 'In Bloom' ter garantido o prêmio de Melhor Música no Kerrang! Awards 2018, Neck Deep tomou o impulso recebido de seu brilhante troféu e lançou 'In Bloom: Versions EP'.
Trazendo uma bela versão acústica do single, assim como uma versão com a banda completa adicionando saxofone, tocado pelo seu amigo Tony Hancock - conhecido como Saxl Rose. As versões não servem apenas como um lançamento por si só, mas também como um trampolim para os pop-punks de Wrexham. Como explica Ben Barlow, quando conversamos sobre os próximos passos da banda, isso deu à eles a confiança de pensar fora da caixa para o álbum sucessor de The Peace And The Panic...
Confira a tradução da entrevista feita pela revista Kerrang! a seguir.


Vocês estão contentes com a resposta ao novo 'In Bloom: Versions EP'?
"Sim! Isso é algo que nós pensamos que seria legal, e que as pessoas gostariam. Não esperávamos por esse resultado - nós pensamos que as pessoas só diriam 'Ah, isso é legal!'. Mas na verdade eles responderam com 'Meu Deus, eu estou chorando!', o que tem sido demais. In Bloom é uma música que você pode usufruir de muitas formas diferentes, e essas novas versões adicionam algo à ela - não é só 'Ok, é isso'. Fez com que tivesse uma nova vida."

Vocês esperavam que o saxofone funcionasse tão bem com o som do Neck Deep?
"Na verdade, nós esperávamos! Por um longo tempo nós falávamos, 'precisamos colocar trompetes/saxofones e metais', o que acabou não acontecendo no último álbum. Mas no final, de alguma maneira acabou acontecendo. Nós temos considerado outras formas instrumentais há um tempo."

Então vocês vão pegar inspiração disso e colocar no seu próximo álbum?
"Com certeza. Eu acho que quanto mais crescemos como banda, maior a possibilidade de experimentar coisas diferentes nas nossas músicas. Isso mostra como estamos evoluindo como músicos, e que nosso gosto e estilo estão se desenvolvendo também - junto com nossos fãs. Tenho certeza que nossos fãs querem ouvir os sons "clássicos", mas eles também querem nos ouvir fazendo coisas diferentes. E se é algo que leva a música a se tornar melhor, ou ajuda a trazer um tipo diferente de emoção ou sentimento, então nós certamente iremos considerar continuar com isso. Além do mais, agora nós conhecemos uma pessoa que toca saxofone muito bem!"

Como banda, é importante pensar em experimentar um pouco mais agora então?
"Com certeza. Eu acho que isso está acontecendo em todo o espectro musical no momento. Você escuta músicas pop com elementos do rock nelas; músicas de rap com elementos do rock; e também músicas de rock com elementos de rap e trap. Eu acho que a coisa mais original que você pode fazer é pegar duas coisas que parecem totalmente diferentes, e fazê-las funcionarem juntas. É mais difícil ser original nos dias de hoje, então você tem que começar a olhar para fora daquilo que está acostumado. Você tem que pensar 'Ok, o que podemos incorporar do hip-hop ou pop ou soul ou jazz ou metal?' e ver como isso se aplica ao seu próprio estilo. Você tem que pensar fora da caixa e ver o que você pode trazer dos outros gêneros para a sua própria música."

Isso também se aplica ao fato de que vocês lançaram um EP entre o ciclo dos álbuns - apenas para quebrar o padrão?
"Sim! Além do mais, assim como as coisas ficam obsoletas para os músicos, eu acho que ficam obsoletas para os fãs também. É ruim pensar 'Bom, esse álbum saiu, então eu sei que ouvirei o próximo em dois anos, então ficarei aqui só esperando esse tempo para ouvir coisa nova.' Sendo que, se você pode lançar algumas coisas extras nesse meio tempo - o que quer que seja - então você está mantendo as coisas frescas, e dando às pessoas algo para eles apreciarem enquanto esperam pelo próximo álbum cheio de materiais originais. Escutar novas versões de músicas, ou covers, ou qualquer coisa que seja, é a maneira de manter o interesse. É tanto para os fãs como para a banda, sério. Nós adoramos trabalhar nisso, mas ver as reações das pessoas é o que faz valer realmente. Dar aos fãs algo novo para escutarem é o que eles querem. Fazer shows e lançar vídeos também é muito bom, mas material novo é o que as pessoas querem. Então, se você pode fazer isso de alguma forma, você está satisfazendo todo mundo."

É algo que vocês olharão no futuro também, apenas tentando encontrar coisas para mudar isso?
"Sim! Não forçaremos isso, mas quando o momento certo chegar, então com certeza. Nós progredimos bastante nosso som com The Peace And The Panic, mas foi isso que nós sentimos que nós, como músicos, estávamos fazendo com isso. Mas agora, com o lançamento de Versions, há todo esse outro ângulo para o qual podemos olhar com o próximo álbum - podemos dizer 'talvez colocamos essa influência nessa música', sem problema. Isso definitivamente abriu um novo leque de possibilidades."

Do que mais vocês estão pegando inspiração no momento?
"Eu estou passando por uma fase estranha (risadas). Estou voltando bastante. Há muitas bandas que eu não tinha parado para escutar durante minha vida, e há todo um mundo de músicas de antes mesmo de eu nascer que eu sempre disse à mim mesmo 'você precisa escutar essa banda', e nunca escutei. Então nos últimos meses eu estive voltando e me educando - as duas possibilidades são 'eu não entendo como gostam tanto disso' ou 'meu Deus, como eu não escutei isso antes?'. Ao mesmo tempo, eu tenho prestado atenção em muita música nova sendo lançada, e honestamente acho que o Trophy Eyes lançou um dos álbuns mais progressivos para uma banda que começou no mundo do pop-punk, então eu tenho escutado bastante. Eu sempre acompanho coisas novas, e procuro muito por coisas das quais posso tirar inspiração."

Quais bandas "clássicas" você descobriu recentemente, então?
"Eu provavelmente serei muito xingado por isso, mas The Clash! Eu nunca parei para escutar London Calling antes, mas escutei semanas atrás. Esse álbum é um álbum punk, com certeza, mas, de novo, eles trazem tantas influências e pegam influências de outros gêneros também. Tenho escutado muito Dinosaur Jr. também, e passando por cada era. Uma vez que te recomendam algumas bandas, você começa a explorar mais. The Stone Roses é outra banda que tenho escutado - sempre soube deles, mas minha namorada me fez escutá-los direito recentemente. Há muitas bandas."

Existem tópicos que você consegue sentir que irá querer escrever sobre quando se trata de novas letras do Neck Deep?
"O mundo ao nosso redor está em constante mudança, e nós como pessoas estamos mudando constantemente também. Eu sempre fui um compositor que escreve sobre o que está sentindo e passando no momento, e acho que isso sempre funcionou ao nosso favor. Você não deveria estar perdido para escrever com coisas assim. Mas eu também escrevo minhas letras baseado no que a música parece, então quando começamos a formar a parte instrumental, aí eu começo a ter uma imagem melhor do que será. Já tenho coisas na minha mente."

Quando vocês irão para o estúdio?
"Bom, nós temos quatro turnês, talvez cinco, marcadas e prontas, então depois disso já será hora de começar o novo álbum. Iremos com calma nesse - não faremos um álbum de qualquer jeito em meses e começar a promovê-lo. Será muito mais pensado, e colocaremos muito tempo nisso. Pode ser que ainda demore um tempinho até ser lançado, mas valerá à pena esperar!"

Falando em turnês, vocês têm pedido aos fãs para que escolham a setlist dos seus shows que acontecerão nos Estados Unidos - de onde veio isso?
"Isso vem do fato de que temos muitas músicas que as pessoas querem ouvir, e é muito difícil fazer uma setlist que satisfaça todo mundo! Sempre tem coisas que queremos tocar, e que não tocamos há um bom tempo, então nós só queríamos suas opiniões. Sempre tem pessoas dizendo 'toca essa música', e nós falamos 'não, essa música é uma bosta!'. Mas se você quer escutá-la, essa é a melhor maneira de tocar o que as pessoas querem que a gente toque. É sobre colocar a escolha nas mãos deles. De qualquer jeito que acabe, seja escolhendo uma setlist específica ou tocando um mix das melhores setlists escolhidas pelas pessoas, é apenas uma forma de deixar todo mundo feliz, e nós também. Não queremos estar em turnê tocando só a mesma coisa."

Os fãs sugeriram coisas muito fora do normal, ou vocês estão de acordo com o que eles querem ouvir?
"Tem muita coisa antiga que as pessoas querem ouvir, que talvez se eles nos conheceram há um ou dois anos, eles obviamente não nos ouviram tocas há cinco anos atrás. Eles querem ouvir coisas antigas que não tocamos há muito tempo. Todo mundo quer ouvir o Wishful Thinking, mas algumas das nossas piores músicas são desse álbum (risadas). Então provavelmente não tocaremos tantas desse álbum quanto as pessoas querem, mas definitivamente iremos tocar algumas músicas mais antigas que ainda amamos!"



Ben escolheu três outras músicas do Neck Deep que talvez funcionem com um som diferente...

DECEMBER
"Eu acho que poderíamos fazer um remix eletrônico bem legal. É uma das músicas mais atemporais que temos, então seria legal levá-la para uma vibe eletrônica. Mark Hoppus meio que fez isso já, mas seria legal!"

GOLD STEPS
"Acho que poderíamos transformar essa música em algo mais pesado, seria demais. Não que haja um riff pesado específico, mas poderíamos colocá-la em drop A e transformar em um som bem pesado."

PARACHUTE
"Nós poderíamos transformá-la em algo pop tipo One Direction ou Ariana Grande! Seria legal - na verdade, não seria legal, mas seria divertido. Eu odeio muito a maioria dessas coisas, então eu provavelmente iria odiar isso, mas poderia funcionar!"


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